Rua Luiz Simon


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Bairro: Centro

Luiz Simon, jacareiense nascido em 30 de agosto de 1850, era filho primogênito de Simon Simon e Sophie Sereth Lehamann Simon (Madame Simon) que, provenientes da Alsácia-Lorena (atualmente território francês), chegaram a Jacareí em 1845. Aqui nasceram os outros filhos do casal: Elisa, Leon, Eva, Henriette, Sanson e Carlos.

Seu pai era um mascate que obteve sucesso e progrediu na vida, permitindo se estabelecer com um hotel, bazar e “casa de pasto” no quarteirão entre a Rua da Vala e o Largo da Quitanda, de frente para a Rua de Baixo, onde a família viveu até 1870 (respectivamente Rua Dr. Lúcio Malta, Largo do Riachuelo e Rua Luiz Simon)

Luiz Simon foi educado na França para as atividades comerciais e falava diversos idiomas. Aos 19 anos, antes mesmo da morte do pai, já dirigia os negócios da família. Em 1876, mudou de ramo e em sociedade com o irmão Leon criou uma pequena tecelagem e um comércio de joias. Três anos depois, no intuito de modernizar a empresa, enviou o irmão à Aix, na França, para aprimorar-se na arte da tecelagem, comprar maquinários e ainda trazer um contramestre para ensinar o operariado local. As primeiras máquinas compradas na França e Holanda perderam-se num naufrágio, mas o valor do seguro permitiu a aquisição de outros equipamentos.

Em 1881, Leon retornou da Europa casado com uma prima, Sara Sophie, “guarda-livros” de profissão. Foi redigido, então, o primeiro contrato formalizando a empresa “Luiz Simon & Irmão”, pioneira na fabricação de malhas na América Latina. Segundo relatos obtidos no livro “Fragmentos de uma Vida”, de Arthur D’Acajiré Simon, tal acordo deu a Leon “carta branca” para conduzir a tecelagem, a qual foi vendida em 1885 e transferida para um palacete no Largo da Matriz. Anos depois, a empresa se tornaria a famosa Malharia N. S. Conceição. D’Acajiré conta que Leon Simon teria, então, comprado uma área e instalado outra fábrica no Rio de Janeiro, entretanto somente em seu nome, deixando seu irmão Luiz na miséria. Este demorou a acionar judicialmente o irmão, ao que tudo indica, sem sucesso.

Luiz Simon, judeu, era casado com a católica Guilhermina Leme do Prado Simon, de São José dos Campos. Desta união nasceram cinco filhos: Amélia, Arthur, Carlos, Benjamim e David, os quais se juntaram a Marcos, filho de Guilhermina.

Luiz, agora na pobreza, teve que recomeçar. No Rio de Janeiro foi até carroceiro para manter a família. Aos poucos e a custa de muito trabalho, melhorou de sorte, voltando a vender joias obtidas em consignação. Em 1891, retornou à Jacareí onde hospedou mulher e filhos na casa de gente amiga e modesta. Após algum tempo, passaram a residir em uma casa na Rua Treze de Maio.

Com sacrifício, conseguiu educar os filhos. Três deles, formados farmacêuticos, incentivaram a família a retornar para a então Capital Federal, onde compraram duas farmácias, no Catete e no Caju.

Paralelamente às suas atividades profissionais, Luiz Simon envolveu-se nas causas antiescravagistas ao lado de seu cunhado Antônio Gomes de Azevedo Sampaio, criador do Clube Abolicionista em Jacareí. Adepto, também, das causas republicanas, deu o nome de Benjamim ao filho nascido a 15 de novembro em homenagem a Benjamin Constant, um dos fundadores da República brasileira.

Como curiosidade, sabe-se que grande parte do atual cemitério no Avareí pertencia à necrópole da família Simon, cujos membros, judeus, não podiam ser sepultados junto aos católicos.

Luiz Simon faleceu em 01 de junho de 1921, no Rio de Janeiro e é o patrono da escola SENAI, inaugurada em Jacareí em 1995.

A Rua Luiz Simon, além do nome popular de Rua de Baixo, já teve outros nomes como Rua das Flores e Rua 11 de junho.

Luiz Simon
Túmulo no Avareí onde estão sepultados seus pais

 

One Reply to “Rua Luiz Simon”

  1. Eu com 61 anos de Jacareí acompanho e adoro os detalhes da história de Jacareí as quais muitas já conhecia e outros momentos que vivi presencialmente. Parabéns Fernando pela dedicação.

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